"Desde o nascimento até a idade adulta, o organismo jovem passa por uma série de estágios, o que implica grau crescente de maturação e caracteriza o processo evolutivo da espécie humana. A monitoração do crescimento físico em crianças e adolescentes torna-se consensualmente aceita como sensível instrumento de utilização singular na aferição das condições predisponentes voltadas à maximização do desenvolvimento orgânico."
Dartagnan Pinto Guedes
Tragicamente, obesidade adulta é mais comum a nível mundial do que a subnutrição. Segundo a Organização Mundial da Saúde (2014) são cerca de 2 bilhões de adultos com excesso de peso, dos quais 670 milhões são considerados obesos (IMC ≥ 30 kg/m2) e 98 milhões severamente obesos (IMC ≥ 35 kg/m2).
Se as tendências atuais continuarem, estima-se que 2,7 bilhões de adultos terão excesso de peso, o equivalente a mais de 1 bilhão e 177 milhões de obesos adultos com obesidade grave em 2025.
Estima-se que mais de 200 milhões de crianças em idade escolar estão acima do peso, tornando esta a primeira geração prevista para ter uma vida útil mais curta do que seus pais.
A obesidade é uma condição médica descrita como excesso de peso corporal sob a forma de gordura. Quando acumulada, esta gordura pode levar a deficiências graves de saúde.
A obesidade é causada por um desequilíbrio energético; quando a ingestão de calorias excede as despesas de calorias, a energia excedente é armazenada como peso corporal.
Há uma multiplicidade de fatores que contribuem para o aumento do consumo de energia e redução do gasto energético que são responsáveis pela obesidade, incluindo:
Para o indivíduo, problemas psicológicos associados à obesidade são comuns, amplos e potencialmente graves. A crescente conscientização mundial sobre os riscos da obesidade pode ter reforçado o preconceito contra os obesos, que são muitas vezes estigmatizados. Depressão e baixa auto-estima pode afetar a qualidade de vida de um indivíduo, sua saúde mental, grau de escolaridade e perspectivas de emprego.
A obesidade infantil já é comum, principalmente nos países ocidentais. Tornar-se obeso mais cedo na vida amplifica claramente determinados riscos para a saúde, especialmente para a diabetes tipo 2.
Utilizando os critérios estabelecidos pela World Obesity Federation, através dos estudos realizados pela IOTF, com base no IMC atual da criança/adolescente, a classificação do seu estado nutricional é um importante indicador do seu desenvolvimento.
Sua abordagem é baseada na ideia de que com base no IMC, as definições de sobrepeso e obesidade aos 18 anos de idade, que são considerados para ser associadas as consequências para a saúde em adultos, podem ser rastreados de volta para as idades mais jovens, ou seja, com base no IMC atual, estima-se o IMC que a criança terá aos 18 anos e aplica-se os mesmos critérios de classificação.
Usado para crianças e adolescentes (2-18 anos de idade), foi desenvolvido a partir de um banco de dados de 97.876 meninos e 94.851 meninas, do nascimento aos 25 anos, em seis países (Brasil, Grã-Bretanha, Hong Kong, Holanda, Singapura e EUA). Curvas de percentis foram construídas utilizando o método LMS (6) e IMC. Os valores de 25(kg/m2) e 30(kg/m2) aos 18 anos de idade para meninos e meninas foram rastreados de volta para definir valores de IMC para magreza, sobrepeso e obesidade em idades mais jovens.
ESTADO NUTRICIONAL | IMC (kg/m2) aos 18 anos |
---|---|
MAGREZA GRAVE | ≤ 16 |
MAGREZA MODERADA | 16.1 - 17 |
MAGREZA LEVE | 17.1 - 18.5 |
PESO ESPERADO | 18.6 - 24.9 |
SOBREPESO | 25 - 29.9 |
OBESIDADE | 30 - 34.9 |
OBESIDADE GRAVE | ≥ 35 |
O ser humano não é biologicamente estático. Desde o momento da concepção até a morte, ocorrem transformações quantitativas e qualitativas, tanto no sentido evolutivo quanto no involutivo. Durante as duas primeiras décadas de vida, as principais atividades do organismo humano são "crescer" e "desenvolver-se", fenômenos simultâneos e condicionados à maior ou à menor velocidade do processo maturacional e de sua interação com indicadores do ambiente.
A influência de componentes genéticos na determinação dos níveis de crescimento físico parece ser indiscutível. Entretanto, faz-se necessário considerar que fatores ambientais como alimentação, atividade física, estímulos psicossociais, patologias debilitantes e aspectos básicos de saúde pública podem modificar desfavoravelmente o que o patrimônio genético estabeleceu como predeterminante. Em vista disso, para a Organização Mundial da Saúde, níveis de crescimento físico entre crianças e adolescentes podem ser considerados importantes indicadores da saúde e da qualidade de vida individual e coletiva de uma comunidade. Assim, um programa regular de acompanhamento de indicadores associados ao crescimento físico poderá auxiliar na detecção de eventuais agressões relacionadas à saúde de crianças e adolescentes.
Infância e adolescência são períodos críticos, extremamente importantes, associados aos aspectos de conduta e de solicitação motora. Nessa fase do desenvolvimento humano, além das implicações de cunho fisiológico relacionadas aos aspectos de maturação biológica, o organismo jovem encontra-se especialmente sensível à influência de fatores ambientais e comportamentais tanto de natureza positiva quanto negativa. Assim, o acompanhamento dos índices de desempenho motor de crianças e adolescentes pode contribuir de forma decisiva na tentativa de promover prática de atividades físicas no presente e para toda a vida.
Devem ser realizadas duas avaliações dentro do ano letivo. Essas avaliações devem ter um intervalo mínimo de seis meses para que sejam observadas alterações morfológicas significativas, ou seja, para que possa ser acompanhada a evolução do crescimento físico do indivíduo.
Preferencialmente, a primeira avaliação deve ser realizada nos meses de março e abril e a segunda nos meses de setembro e outubro.
Disponizamos uma equipe de assessoria composta por professores qualificados para esclarecer dúvidas referentes ao uso do sistema e aplicação dos protocolos de avaliação e testes.
Também acompanhamos o andamento da coleta dos dados de maneira proativa, de maneira a dar subsídios ao professores para que realizem as avaliações dentro do cronograma.
Os resultados das avaliações serão apresentados visando o melhor aproveitamento das informações. Desta maneira, consideramos uma apresentação concisa para os pais em forma impressa servindo como material de registro e informativo para que, se necessário, faça um encaminhamento a um profissional adequado.
É apresentado à escola, para eventuais ações pedagógicas, de maneira online e impressa os resultados gerais das avaliações, contemplando suas estatísticas segmentadas por série, sexo e turma, assim como um relatório discriminando os alunos que se encontram em situação de risco (Sobrepeso ou Magreza).
A obesidade é um problema mundial e se u crescimento já pode ser classificado como epidemia. Faz-se necessário políticas públicas de combate e prevenção.
A Secretaria Municipal de Educação de Londrina, ciente de suas responsabilidades e comprometida com a melhoria da qualidade de ensino e, principalmente, de saúde das crianças e adolescentes, observou a necessidade de conhecer o estado nutricional de seus alunos.
Coletar os dados antropométricos de todos os alunos da rede municipal de ensino, compreendendo um universo de 75 escolas urbanas e 11 rurais com um total aproximado de 25000 alunos.
Diante da complexidade do processo e necessidade tecnológica, a Secretaria de Educação conhecedora da experiência da empresa Ginasium no segmento, através de seu sistema "Ginasium Educação em Saúde", assim como de seu interesse acadêmico nas figuras dos professores Sandro Lucas Sofiati e Dartagnan Pinto Guedes, propôs um trabalho em conjunto o qual foi prontamente aceito.
Fez-se necessário o treinamento de todos os professores de Educação Física da rede municipal, de modo a capacitá-los na utilização do sistema, compreendendo a inserção dos dados coletados, interpretação dos resultados e identificação dos indivíduos em estado de risco (Sobrepedo ou Magreza).
Foram realizadas duas avaliações durante o ano de 2015, respeitando o intervalo mínimo de seis meses, conforme a proposta do Ginasium Sistema Educação em Saúde.
Tendo como prioridade o levantamento do estado nutricional dos alunos, optou-se em realizar apenas o levantamento antropométrico, ficando a avaliação dos testes motores como opcional para a realização nos próximos ciclos anuais de avaliação.Os resultados observados nas avaliações são similares aos apresentados pelos principais orgãos nacionais e mundiais de saúde, confirmando o atual quadro epidemiológico.
Os professores de Educação Física tiveram a incumbência de apresentar os resultados individuais aos responsáveis pelos alunos, principalmente aos que se encontravam em situação de risco.